Andragogia x Tecnologia: o ensino e a aprendizagem do aprendiz adulto

 

Um grande desafio que os educadores enfrentam hoje, especialmente aqueles que ensinam adultos é como atrair e motivar os alunos a estudar satisfatoriamente e obter um bom rendimento escolar. Mesmo com a propagação das técnicas de andragogias, na prática, elas têm sido ignoradas e substituídas por palestras antigas e chatas, nas quais o professor é o detentor do conhecimento, único que fala e expõe o conteúdo da aula, essa metodologia  é conhecida como  “educação bancária", criticada por Paulo Freire e outros intelectuais do tema.

Erro fatal, este artigo pretende mostrar como evitar esses erros ao planejar suas aulas para o público adulto. Sendo assim, continue a leitura e ao final vários mitos relacionados ao aprendizado do aluno adulto serão esclarecidos e mais algumas dicas para ter sucesso ao planejar suas aulas para esse público.

O que é andragogia?

O percursor do termo andragogia  foi o professor Alexandre Kapp em 1833, que defendia a ideia de  que a educação de adultos tinha que ser diferente  da educação de crianças, pois essa tem características  e interesses diferentes.

Contudo, um dos maiores estudiosos desse assunto foi Malcolm Shepherd Knowles, educador americano que popularizou o termo Andragogia nos Estados Unidos a parti da década de 70 implementando estratégias de ensino voltadas público adulto.

Segundo Knowles (1980), o modelo de educação de adultos é um sistema de elementos que podem ser adotado ou adaptado no todo, ou em parte considerando alguns aspectos como idade, cultura e motivação desse público.

Quais as principais características do aluno adulto?

Ao planejar uma aula é preciso primeiro conhecer as características de aprendizado desse aprendiz: quem é o aprendiz? Como vive? Como percebe o mundo, como elabora seu pensar. O aluno adulto para aprender tem algumas características que precisam ser observadas. Segundo Knowles (1980) essas características são divididas em seis pilares:

1-A necessidade do saber: os alunos adultos precisam saber por que precisam aprender algo antes de começar a aprendê-lo. É preciso conscientizá-lo da necessidade de saber. Exemplo: avaliação de desempenho - ele perceba onde está no momento e onde deseja  chegar.

2-O autoconceito do aprendiz: os alunos adultos são responsáveis pelas ações e decisões, tem necessidade de serem vistos e tratados pelos outros como capazes de autodirigir. Exemplo: incentivar a busca, o espírito crítico independente do conhecimento.

3-O papel das experiências dos aprendizes: os alunos adultos trazem consigo para o campo educacional uma quantidade e qualidade de experiências enormes quando comparada ás dos jovens. Exemplo: Discussões em grupo, exercícios de simulação, atividades de resolução de problemas, estudos de caso.

4-Prontidão para aprender: os alunos adulto aceitam a importância de aprender para resolver problemas da realidade e desenvolverem seus papéis no dia a dia em sociedade.

5-Orientação para aprendizagem: os alunos adultos estão dispostos a aprender quando assimilam que essa aprendizagem o ajudará no dia a dia, pois são centrados na prática.

6-Motivação: os alunos adultos são motivados por fatores externos como ganhar promoção no trabalho, consegui um emprego melhor, e  por fatores internos como: autoestima, qualidade vida, entre outros.

Com a popularização da ‘internet’ e a necessidade de acompanhar essa sociedade da informação e comunicação as TDICs ( Tecnologias  Digitais da informação e comunicação) também se faz presente no ensino do público adulto.

Como se dá a andragogia no contexto digital?

As TDICs (Tecnologias  Digitais da informação e comunicação) são conjuntos de mídias  utilizadas por meio da tecnologia digital  que tende a buscar informações de forma autônoma. No contexto educacional favorece a mediação para a aprendizagem nas atividades remotas ou a distância existentes em um banco de dados, ou na web, totalmente compatível  andragogia.

 Na era digital, a sobrecarga de informações pode dificultar a aprendizagem, ainda mais quando inserida no contexto do ensino do aluno adulto que possui suas características próprias, como verificamos acima.

 Assim como na aprendizagem tradicional, no contexto digital atrelado a andragogia é preciso algumas   observações:

1-Orientar com calma e clareza;

2-Apresentar conteúdo que faça sentido para ele se conectar;

3-Incentivar conexões conforme as vivências do aluno adulto.

4-Conectar conhecimentos e experiências para o processo de aprendizagem;

Dessa forma, os processos educativos destinados ao público adulto devem ser baseados nestes pilares, em alunos motivados e determinados utilizando modelos de ensino flexíveis que podem ser adaptados a situações específicas combinando diferentes teorias de ensino e aprendizagem.

Por fim, agora que você conhece as características de ensino e aprendizagem  do aprendiz adulto, pode planejar suas aulas com mais tranquilidades não é mesmo?


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ENAP. (2019). Didática para Facilitadores de Aprendizagem [Ebook] (1ª ed.). Brasília. Retirado de https://enap.gov.br/pt/


Garonce, F. (2010). Os papéis docentes nas situações de webconferência um estudo de caso de ação presencial publicado conectado. (Doutorado). Universidade de Brasília.


Knowles, M. (1980). A PRÁTICA MODERNA DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS [Ebook] (1ª ed.). NOVA YORK, NY: Cambridge, The Adult Education Company. Recuperado de https://www.umsl.edu/~henschkej/articles/a_The_%20Modern_Practice_of_Adult_Education.


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